quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mensagem do Prefeito

            Grande parte de nossa população não sabe e não dá a importância merecida aos nossos profissionais da educação. Cabe a nós, gestores e administradores, valorizar o nosso profissional dando a ele as condições necessárias para que possam executar com entusiasmo as suas funções.
           Queremos parabenizar todos os profissionais da educação, e dizer-lhes que a função ou funções que exercem em diversas atividades são extremamente importantes, e tenho a certeza que resultam no bem estar de nossos educandos.
              Eu, minha família e toda equipe gestora estamos esperançosos e confiantes em nossos projetos e que, com certeza iremos colher  os  frutos do nosso trabalho.
Bom trabalho a todos!
Geraldo Ribeiro de Souza
Um eterno aprendiz

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Neve preta

        Uma professora mandou um dia aos seus alunos que fizessem uma composição plástica sobre o Natal. Não falou assim, claro. Disse uma frase como esta: “Façam um desenho sobre o Natal. Usem o lápis de cores, ou aguarelas, ou papel de lustro, o que quiserem. E tragam o trabalho. Apareceu tudo quanto é costume aparecer nestes casos: o presépio, os Reis Magos, os pastores, S. José, a Virgem e o Menino Jesus. Mal feitos, bem feitos, toscos ou apuradinhos, os desenhos caíram na segunda-feira em cima da secretária da professora. Ali mesmo ela os viu e apreciou. Ia marcando “bom”, “mau”, “suficiente”, enfim, os transes por que todos nós passamos. De repente… Ah, mas é preciso muito cuidado com as crianças! A professora segura um desenho nas mãos, e esse desenho é não é melhor nem pior que os outros. Mas ela tem os olhos fixos, está perturbada; o desenho mostra o inevitável presépio, a vaca e o burrinho, e toda a restante figuração. Sobre esta cena sem mistério cai a neve, e esta neve é preta. Porquê?

“Porquê”, pergunta a professora, em voz alta, à criança: O rapazinho não responde. Talvez mais nervosa do que quer mostrar, a professora insiste. Há na sala os cruéis risos e murmúrios de rigor nestas situações. A criança está de pé, muito séria, um pouco trémula. E, por fim, responde: “Fiz a neve preta porque foi nesse Natal que a minha mãe morreu”.

Daqui por um mês chegaremos à Lua. Mas quando e como chegaremos nós ao espírito de uma criança que pinta a neve preta porque a mãe lhe morreu?   


in, Deste Mundo e do Outro
José Saramago

1ª Reunião com representantes da Secretaria Municipal de Educação de Carlinda, Assessoria Pedagógica e diretores das escolas das redes estadual e Municipal

No Dia 11 de janeiro de 2013, estiveram reunidos na assessoria pedagógica (SEDUC) de Carlinda, os responsáveis pela educação de carlinda das redes estadual e municipal. Nesta  reunião foi  a discutido o calendário letivo de 2013.



A escola é quase um lugar de milagres

Máximo Ferreira é astrónomo e diretor do Centro Ciência Viva de Constância, nasceu numa aldeia e num meio em que "não dava para sonhar muito", mas foi andando até entrar na universidade, aos 26 anos. Com um importante papel na divulgação da astronomia e vários livros escritos sobre o tema, Máximo Ferreira recorda os dias de estudante e a escola como lugar de milagres, na entrevista desta semana sobre educação, no âmbito da iniciativa DN Professor do Ano.
Quando começou a frequentar a Escola Industrial e Comercial de Abrantes, o que é que queria ser?
Na altura, queria ser eletricista numa metalúrgica onde já trabalhava. Fiz a escola industrial à noite, porque a minha família não tinha posses para eu estudar. Fiz a primária na escola primária de Montalvo, a aldeia onde nasci. A escola era pequena, tal como a aldeia e depois de terminar a primária fui trabalhar. Era preciso ter 14 para nos inscrevermos nos cursos noturnos e eu, que tinha começado aos 12 como moço de recados numa metalúrgica do Tramagal, tive de esperar para me inscrever.
Não sonhava vir a ser astrónomo?
Quer as condições familiares, quer as da aldeia não davam para sonhar muito. Depois fui andando e fui sonhando. Na escola industrial tive um bom desempenho, inscrevi-me na Marinha e depois em Lisboa fui estudando em externatos e ia fazer os exames ao liceu D. João de Castro.
Que idade tinha quando entrou na universidade?
Já tinha 26 anos. Tinha sido colocado no Planetário Calouste Gulbenkian, da Marinha, dedicado à parte técnica, porque nos últimos tempos estava na área de eletrotecnia. Naquela máquina de representar o céu fui percebendo como é que tudo funcionava, além do que tinha aprendido na escola. Foi por isso que escolhi Física na universidade, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Qual é a memória mais antiga que tem da escola?
Andava para aí na terceira classe. Da primeira e da segunda, curiosamente, não tenho memórias. Na terceira lembro-me que saía da escola à tarde e tinha de levar duas cabras que a minha mãe tinha para o mato e que também levava a sacola para fazer os trabalhos da escola. De vez em quando ainda passo por esses sítios, quando vou em busca de memórias, e vejo os locais onde fazia moinhos de água e o sítio onde tentei fazer um relógio de sol pela primeira vez. Era uma vida muito ligada à natureza e ao campo. Lembro-me, já muito mais tarde, no liceu, de uma nota muito boa a Inglês, porque fiz o exame no dia a seguir a ter desembarcado de um submarino, onde estude afincadamente.
Teve algum professor que o marcou?
As duas professores da primária. Uma delas encontrei-a há pouco tempo, já não a via há 40 e muitos anos. Era uma jovem professora e foi ela que me ajudou a estudar para a admissão ao liceu, que depois acabei por adiar. Lembro-me de um bom professor que tive no externato, não só pela forma como ensinava, mas sobretudo pela postura.
Mais tarde dedicou-se ao ensino e teve um importante papel na divulgação da astronomia e da ciência. Como é que vê o papel da escola e dos professores?
A escola é quase um lugar de milagres. Digo quase, apenas porque há alguma exceções. A generalidade dos professores quase que faz milagres. Não só na gestão do seu tempo, mas também das suas capacidades, como professores e psicólogos, porque muitos jovens têm problemas que resultam dos seus ambiente familiares. Na integração das diferenças na aprendizagem. Não conheço outra instituição como a escola e nos tempos que correm só quem tem muito amor à profissão é que fica. Muitos jovens conseguem aprender e adquirir princípios que lhes permitem sobreviver a dificuldades familiares.
Por Patricia de Jesus - JN - Portugal